Como Montar a CPU Passo a Passo
O que é CPU e por que ela é tão importante? A Composição de Preços Unitários (CPU) é um dos pilares do orçamento de obras. Trata-se da análise detalhada do…
O que é CPU e por que ela é tão importante?
A Composição de Preços Unitários (CPU) é um dos pilares do orçamento de obras. Trata-se da análise detalhada do custo de execução de cada unidade de um serviço (como 1 m² de alvenaria ou 1 m de tubulação), considerando todos os insumos necessários: materiais, mão de obra, equipamentos e encargos. A CPU é essencial porque garante previsão de custos precisa, embasa propostas em licitações e permite controle financeiro eficiente durante a execução.
Etapas para montar uma CPU eficiente
1. Definição do serviço
O primeiro passo é identificar e descrever com clareza o serviço a ser orçado. Exemplo: “Execução de alvenaria com bloco de concreto 39x19x14 cm, assente com argamassa industrializada”. A precisão na descrição evita erros na seleção de insumos e nos cálculos posteriores.
2. Levantamento de insumos
Após definir o serviço, é preciso relacionar todos os insumos necessários. Isso inclui:
- Materiais (blocos, argamassa, espaçadores)
- Mão de obra (pedreiro, servente)
- Equipamentos (betoneira, andaimes, etc.)
- Encargos sociais e adicionais (insalubridade, periculosidade, etc.)
A referência pode ser feita por catálogos como SINAPI, TCPO ou bases próprias da empresa.
3. Aplicação dos coeficientes
Os coeficientes indicam quanto de cada insumo é necessário para executar uma unidade do serviço (ex: quantos blocos por m² de parede). Podem ser obtidos de:
- Bases técnicas (SINAPI, TCPO, manuais do TCU)
- Estudos próprios de produtividade
- Experiência de campo
É crucial que esses coeficientes reflitam a realidade da obra para garantir a acurácia do custo final.
4. Cálculo do custo unitário
Multiplica-se cada coeficiente pelo preço unitário do insumo e soma-se o total. A fórmula geral é:
CPU = ∑ (Coeficiente x Preço Unitário do Insumo)
O resultado é o custo direto por unidade de serviço. Sobre ele, pode-se aplicar o BDI (Bonificação e Despesas Indiretas) para obter o preço final de venda.
Exemplo real de CPU: serviço de alvenaria
Serviço: Execução de alvenaria com bloco de concreto 39x19x14 cm
Insumo | Coeficiente (por m²) | Preço Unitário (R$) | Custo Total (R$) |
---|---|---|---|
Bloco de concreto | 12,5 un | 2,00 | 25,00 |
Argamassa | 0,03 m³ | 350,00 | 10,50 |
Pedreiro | 0,25 h | 32,00 | 8,00 |
Servente | 0,20 h | 22,00 | 4,40 |
Equipamento | 0,10 h | 15,00 | 1,50 |
CPU total: R$ 49,40 por m²
Esse é o custo direto. Se for aplicado um BDI de 25%, o preço final de venda será R$ 61,75/m².
Erros comuns ao montar CPU e como evitar

- Usar coeficientes errados: Não confiar cegamente em catálogos sem validação prática.
- Ignorar perdas e desperdícios: Sempre incluir uma margem adequada.
- Preços desatualizados: Atualizar constantemente os preços com bases como SINAPI e fornecedores locais.
- Omitir encargos sociais: Essencial no cálculo da mão de obra.
Conclusão e próximos passos
Montar a CPU com precisão é um diferencial competitivo no orçamento de obras. Com ela, você evita surpresas financeiras, fundamenta suas propostas e melhora a gestão dos custos da obra. Use a planilha, revise seus processos e acompanhe nossas próximas publicações para aprofundar no tema.
Referências Bibliográficas
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Como preparar orçamentos de obras: dicas para orçamentistas, estudos de caso, exemplos. São Paulo: Editora PINI, 2006. - MATTOS, Aldo Dórea.
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A practical guide to cost engineering. Abingdon: Routledge, 2024. - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI. Disponível em: http://www.caixa.gov.br. Acesso em: 8 jun. 2025. - PINHEIRO, F. C.; FERNANDES, M. T.
Planejamento e controle de obras. São Paulo: PINI, 2010.
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